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quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

NOVAS FORMAS DE ORGANIZAR TRABALHO JUNTO AOS PADRÕES TECNOLÓGICOS DO MERCADO GLOBALIZADO


NOVAS FORMAS DE ORGANIZAR TRABALHO JUNTO AOS PADRÕES TECNOLÓGICOS DO MERCADO GLOBALIZADO 
(Obs: São Luís, jan. 2003)

RESUMO

Trata dos modelos de organização do trabalho como os clássicos fordismo, taylorismo e fayorismo na administração. Um aparato da revolução industrial para os dias atuais e a industrialização no pós-guerra, bem como o toyotismo japonês como organização do trabalho e o mercado industrial alemão e sueco mediante o avanço na era da globalização. Textualiza o avanço tecnológico dentro das linhas de produções industriais. 
Palavras chaves: modelo de organização do trabalho. Mercado industrial. Toyotismo fordismo, taylorismo. Avanço tecnológico. 

1 INTRODUÇÃO


As inovações tecnológicas fizeram uma revolução nas formas de organização de trabalho, desatualizando formas clássicas de organização à exemplo das linhas de montagem como o Taylorismo e o Fordismo que aparecem como estratégias para “domesticar” o trabalhador, sofisticando ainda mais a divisão do trabalho industrial do Séc. XIX. “A revolução industrial foi o marco inicial para a consolidação do capitalismo” (CORDI et al, 1995, p. 176).
A máquina passou a substituir o esforço braçal no setor da indústria, adaptando-se ao uso do comercio e outros serviços. Feito possível na época da Revolução Industrial uma das maiores influências da administração do Séc. XX, onde “a força das maquinas substituíra rapidamente a força humana, o que por sua vez, tronava mais econômico a manufatura de bens em fábricas”. (ROBBINS; COULTER, 1996, p. 22).
Desde a Revolução Industrial, o sistema capitalista depende das inovações tecnológicas, que garantem a concorrência entre os agentes econômicos. A essa revolução, deflagra mais tarde a microinformática, que massifica o uso do computador nos meios de comunicação. Esse patamar tecnológico (que alguns estudiosos chamam de Terceira revolução Industrial) é difundido em escala global do paradigma das tecnologias informacionais que introduziram novas bases técnicas e formatos organizacionais acelerado pelo processo de globalização e o acirramento da competição entre blocos econômicos.
O avanço tecnológico aumenta signitivamente a amplitude e a velocidade da circulação da informação, bens e serviços, valores e símbolos culturais de vários níveis.  
Como explica Cordi etal (1995, p. 174). “Não há como deixar de reconhecer que estamos no início de uma nova civilização que tende a desvendar fantásticos mistérios do universo; que pode sintetizar drogas e medicamentos que pode alongar a vida de quem assim deseja e, igualmente controlar o nascimento do ser humano”.
Hoje o mundo vem conectado à uma rede de mercadorias sem peso, com a globalização da econômica e a terceira revolução industrial somado ao crescimento das multinacionais no período do pós-guerra. E a Europa e o Japão iniciaram imediatamente a reconstrução de suas economias, financiado pelos capitais norte-americanos. Sugiram assim novos modelos de gestão administrativas e de informação. 

2 CIÊNCIA NA ADMINISTRAÇÃO E TEORIAS DE ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO 

O processo de administrar é uma soma de atividades onde envolve a analise, o planejamento, a organização e o controle de seus complexos em potencial. Antes das mudanças exigidas pelo avanço tecnológico durante os séculos, vários pioneiros da administração como, Taylor e Fayol começaram a aplicar a ciência aos campos empresariais, como os avanços que permitiram o crescimento industrial no período do pós-guerra.
Em 1776, o economista escocês Adam Smith (1723-1790), afirmava que a riqueza de uma nação dependia da produção que era baseada na divisão do trabalho. Esse era o ensinamento do fundador da ciência econômica aos capitalistas da Revolução Industrial. 
Depois dele, outros teóricos da administração surgiram e com eles a administração moderna com os modelos clássicos de gestão. 
Frederick Taylor (1856-1915 – EUA) – O pai da administração cientifica, foi um dos primeiros a salientar a necessidade de racionalizar o tempo e a divisão do trabalho industrial para aumentar a eficiência nas fabricas. Ele passou mais de 20 anos perseguindo a melhor maneira de fazer cada trabalho. Aperfeiçoou as concepções utilizadas por Adam Smith sobre a produtividade e tempo útil e sofisticou sistema de controle – o taylorismo. Segundo Taylor, a produção dependia muito da boa vontade do trabalhador. Como só trabalhava porque era obrigado, o trabalhador, sempre que não estava sob o olhar do patrão ou do contramestre, ‘fazia corpo mole’ e ‘matava o serviço’. (CORDI et al, 1995, p. 157).
Henry Ford (1886-1947 – EUA) – uma continuidade ao taylorismo, o fordismo inova a linha de montagem automobilística com a produção em serie do Ford T em Chicago. 
Surgi assim os dois métodos de controle de produção e trabalho fabril formada nos Estados Unidos, objetivando economizar tempo e eliminar ao extremo os gestos e atitudes improdutivas. 
Henri Fayol (1841-1925 – FRA) – Criou a doutrina do fayolismo na qual as regras e os métodos devem guiar os chefes de empresas na administração dos seus estabelecimentos; não comenta sobre a divisão de funções (como o taylorismo)m más sobre a divisão dos serviços e a unidade de comando e de direção. Fayol escreveu na mesma época de Taylor, no entanto, este se preocupada com administração em nível de fábricas relativo as linhas de produção, e Fayol, na atividade de todos administradores, isto é, uma teoria mais global a partir de uma visão geral da empresa. 
Para ele a administração tinha 14 princípios, editados em 1916 no seu livro “Administração industrial e geral”. Eram eles: (vide link no Wikipédia - http://pt.wikipedia.org/wiki/Teoria_cl%C3%A1ssica_da_administra%C3%A7%C3%A3o ).

2.1 Novo modelo: Toyotismo 

No final da década de 70 e início da década de 80 a indústria automobilística japonesa trona-se o berço das novas teorias de organização de trabalho. A reformulação da linha de montagem, pioneira na Toyota, agrupa operários por módulos de produção, onde a distribuição de tarefas é mais flexível, reduzindo a fragmentação de movimentos. Nos anos 60 as empresas japonesas criaram um método que ajudou em sua recuperação e serviram de base para a implantação dos programas da qualidade total, era a lei dos 5s, que surgiu para eliminar o desperdício: Seiri (Descarte), Seiton (Arrumação), Seiso (Limpeza). Seiketsu (Higiene), Shitsuke (Disciplina).
O toyotismo é a mais completa forma de organização de trabalho já existente. Surgiu no Japão no presente do pós-guerra e tem forte capacidade de absorver inovações, pois aperfeiçoa, copia e absorve os ensinamentos das organizações de trabalho ocidentais, porém prega a continua busca de melhorias com viés cooperativo.
O toyotismo caracteriza-se por quatro vertentes básicas: a mecanização flexível (oposição ao fordismo), multifuncionalização da mão-de-obra (investir na educação e qualificação própria do povo), qualidade total (levada por Deming ao Japão em 1950), Sistema just in time (produzir bens em tempo exato).
O toyotismo marcou influencia nos outros modelos de organização de trabalho. Com a toyotização das empresas fordistas, mexeu-se nas estruturas hierárquicas com o processo de redesenhar a organização de trabalho, conhecido como reengenharia – “Termo criado pelo ex-professor se computação do Massachusetts Institute of Technology - MIT, Michael Hammer” (ROBBENS; COULTER, 1996, p. 35). Na década de 70 o toyotismo se reestrutura no ocidente devido à crise do fordismo – taylorismo, e manifesta inovações tecnológicas baseadas na microeletrônica-chips.

4 MUDANÇAS ADMINISTRATIVAS

As duas principais revoluções industriais deram à Europa supremacia tecnológica e economia. E as formas de organização de trabalho se expandiram pelo mundo e os mais sofisticados aparecem no período pós-guerra, mesmo na Europa, devastada pela 2ª grande guerra e o Japão com o toyotismo. Porém esse avanço administrativo é possível devido a rapidez na civilização do capital e do desenvolvimento da informativa aplicada aos processos produtivos e aos meios de comunicação. 
Durante e após a 2ª guerra mundial, a indústria se modernizou (principalmente a indústria bélica), e foram implantadas nas empresas a Administração da produção e psicologia organizacional. 
Nos anos 60, o aparecimento do marketing vem para investir na imagem das organizações. 
Nos anos 70 e 80, é a vez da administração estratégica surgir devido o aumento da complexidade tecnológica. O planejamento estratégico passa para linha de frente nas organizações.
Na década de 90, as empresas “bombardeadas” pela mundialização do capital passam a investir em seu quadro funcional em busca de gente com visão de futuro, criativos e capazes de extrair bom proveito face ás mudanças no mundo empresarial. E nesse ponto, ganha espaço a informação como ferramenta para eficácia do gerenciamento. E a importância da informação, na visão de Mañas (2002, p. 51) “[...] pode ser aumentada ao ponto de transformá-la, por vezes, no próprio centro de atividade da empresa [...]”.

INDUSTRIALIZAÇÃO ALEMàSUECA E JAPONESA 

Alemanha beneficiada pelo plano Marshall de 1948 (plano de empréstimo dos EUA para Alemanha Ocidental, Inglaterra, Itália e França), recompõe-se suas indústrias e torna-se potencia econômica. A unificação das duas Alemanhas em 1989 deixa marcas na inflação e desaceleração do crescimento econômico, além de problemas de identidade nacional na nova Alemanha, como preconceitos e a disparidade entre os habitantes do ocidente, além de racismo e xenofobia, ações de grupos racistas do neonazismo. Porém a industrialização da Alemanha ajuda a modernizar o país, que tornou-se uma das grandes potencias econômicas do mundo. 
Suécia não foi atingida pelas duas grandes guerras. Desde 1932 mantem propriedade privada e livre iniciativa nas empresas, porem aplica uma politica que permite cobrar elevados impostos. Apresenta forte industrialização apoiada pelo desenvolvimento tecnológico e de usinas nucelares e hidrelétricas, além de reservas de minério de ferro como as jazidas de kiruma. Extrai madeira e papel também. Destina todo ano 1% do PNB (produto Nacional Bruto) em auxilio a países do Terceiro Mundo. Foi considerado durante muito tempo o país que mais pagava impostos no mundo. 
Japão é um formado por um conjunto de aproximadamente 4000 ilhas. Tem 80% do seu espalho ocupado por extensão montanhosa. Para encurtar distancias a engenharia japonesa construiu tuneis entre algumas ilhas. O país assim acompanhou o desenvolvimento tecnológico do Mundo Ocidental, investindo na instalação de industrias. E vendem algumas das indústrias estatais s empresários particulares – o chamado Zaibatsu. Isso ativou o crescimento econômico das indústrias no país, pois o governo lhes proporcionou inúmeras vantagens e privilégios. Assim livrou o país da dominação por parte de noções ocidentais e ainda se expandiu ao extremo Oriente.  Desde 1979 começou a organizar seu espaço industrial, pois suas empresas de base instalaram-se em outros países; Coreia do Sul, Taiwan, Cingapura e Brasil (Zona Franca de Manaus) onde a mão-de-obra é mais barata. Com isso o Japão disputa mercado de igual para igual (e com certa superioridade em algumas áreas), com os Estados Unidos e Alemanha. Suas empresas mais conhecidas estão nas áreas automobilísticas (Toyota, Nissan, Honda), Siderúrgica (Shin Nippon) e eletrônica (Hitachi, Toshiba, Mitsubishi e Sony).
Um dos grandes avanços na indústria japonesa foi a robótica. Hoje o Japão sozinho utiliza mais robôs que em todo o resto do mundo. É um processo resultante da politica de desenvolvimento econômico do país, pois nos anos 70 e 80, diminuíram os investimentos nas industrias de base e química e investiu-se mais nas industrias de bens e consumos. As indústrias de tecnologias passam a ser prioridade, realizando então pesquisas aos setores de eletrônica, informática e a própria robótica. 

6 INFORMAÇÃO E NOVOS MODELOS 

A informação torna-se insumo básico nos novos modelos de administração e de trabalho, pois a economia de informação, hoje dispõe de conhecimento técnico-científico, no entanto necessita de mão-de-obra especializada, e assim torna-se o recurso maios importante do mundo da produção.
Segundo Borges (1995, p. 182).

O novo modelo organizacional, delineado a partir dos anos 80, impõe maior espirito de cooperação, materializado em nova atitude gerencial, calcada na formação de redes de fornecedores e produtores, produtores/ usuários / consumidores e entre empresas competidoras no mercado em torno de projetos de desenvolvimento tecnológico. 

A comunicação alimenta a área financeira, pois converte dados em informação, o que fazem as empresas modernas de “organismos sociais inteligentes” na visão de Sapiro (apud BORGES, 1995, p. 185). E para tornar compreensível essa mundialização da informação é necessário analisar a compreensão dos processos de descentralização da economia no mundo, pois consequentemente está interligado ao desenvolvimento científico e tecnológico, o que faz surgir um mercado transformado pelos enfoques do processo social e politico e os sistemas sofisticados da informação que colocam em desigualdade aos não acompanhantes desta evolução.

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS 

No período do Pós-guerra, as tecnologias migram do mercado bélico as instituições empresariais, causando uma série de mudanças principalmente no sistema capitalista de produção. O aparecimento de modelos de organização no trabalho vem acrescentando um viés inovador ao mercado tornando-o adaptável ao comercio globalizado.
É uma intervenção tecnológica alavancada pela revolução industrial que consistia na mecanização da indústria, e intensifica os planos de produção passando pelas formas clássicas de organização de trabalho; como o Taylorismo e o Fordismo formulados nos Estado Unidos da América no período da Segunda Revolução Industrial e tornaram-se inadequadas ás novas condições de produção, porém não extintas. Portanto no período do pós-guerra, o Japão massifica o Toyotismo copiando e absorvendo os ensinamentos americanos e experiências de empresas orientais, e com isso a indústria automobilística japonesa no final dos anos 70 e no inicio dos anos 80 torna-se o berço da nova organização de trabalho estão atrelados a globalização quem, integra os mercados a nível mundial e intensifica os fluxos comerciais e financeiros adicionando ao viés tecnológico que fez circular velozmente a informação, colocando em cheque os tradicionais padrões de soberania dos Estados Nacionais. 

**

Toyota
Fone:
Presidente: Fujio Cho (ver)
O que é – modelo de produção enxuta da montadora japonesa.
Ajuda cooperações a eliminar desperdício. 
ALCOA – maior produtor mundial de alumínio, adepta do toyotismo desde XX (batizado na instituição de ABS – ALCOA Business System. Economizou mais de 1 bilhão de dólares com redução de estoques.  (HERZOG, Ana Lucia. O executivo enxuto, Exame, São Paulo, v. 37, n. 7, p. 60-64, 9 abr. 2003.)


Marcelo Diniz - Trabalho apresentado em 2003.

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